terça-feira, 10 de junho de 2014

Carinhas do Instagram

Num desses domingos de tédio ou talvez numa quarta-feira chuvosa e só com futebol na tv, eu me peguei (mais uma vez, me julguem!) apreciando nosso querido vício Instagram.
Sim, porque se na vida e nos filmes temos estereótipos, com a rede social mais acessada do mundo (vide MINHAS constatações! Ham!), não seria diferente.

Eu e você com certeza cabemos em um desses personagens maravilhosos abaixo. Ninguém pode se sentir julgado porque cada um tem sua beleza e seu lugar ao sol no mundo dos filtros e das hashtags. Se a carapuça vai servir em algum, digamos, menos honesto, fique a vontade para reclamar. Como era moda há um tempo: o “choro é livre!”.

O cara da natureza
Sim, o cara que AMA fotos do mar de Ipanema com o Dois Irmãos ao fundo. Que tem a sua Go Pro e posta suas fotos de dentro d’agua com o pôr do sol ao fundo em plena terça-feira.
Essas pessoas não trabalham? Moram perto da praia? São fotos forjadas de um fim de semana e eles postam durante o expediente só para causar inveja? Essas e outras questões em breve, no Globo Repórter.
Além da paisagem clássica carioca, essa galera curte uma hashtag verdadeira. Sim, porque pessoas como você e eu somos adeptas das hashtags de mentirinha, do tipo: #felixémelhorquecarminha ou #projetojô ou #jacandoumavezjacandoforever. Mas a galera das fotos ensolaradas, daquela cachoeira lá no interior de Minas ou do verde de Itaipava, curte tipos assim: #nature, #sunset, #021, #sunnyday, #landscape, #fugereurbem e coisas derivadas. Pra que? Pra ganhar seguidores! Claro! Todo mundo que se preze e coloque as hashtags corretas, quer alavancar seus followers. E a galera natureba, que tira fotos quase que distraidamente (aham!) e leva uma vida pura e ao ar livre, quer é chegar aos 10k ali em cima do perfil.  E vamos combinar que o amigo perdeu meia hora da sua vida escolhendo qual filtro ia ficar mais bonito para aquele #magicmoment. Aliás, quem nunca?

Selfie com frase de efeito – o famoso: WHAT?
Sim pessoas. Até quando a galera vai postar uma foto de si mesma de biquíni, de óculos escuro, de roupa de trabalho ou na academia com uma frase embaixo louvando o Senhor? Por-que? O que isso quer dizer, gente? Me expliquem! Esse é o maior mistério do Instagram, eu juro.
Peitos apertados no biquíni e uma interrogativa: “Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca ou não toca”. Hashtags: #clarice #lispector #bomdiaespecial #vamosparamaisumavitoria
O que o isso quer dizer? Que Clarice tem a ver com seu bom humor matinal ou com sua beleza “distraída”?
Acho que a legenda apropriada para esse tipo de momento poderia ser algo como: “Acordei linda, fiz escova, coloquei minha roupa nova e quero que todo mundo saiba! #euseiqueeusoubonitaegostosa”
Pronto, uma coisa muito mais verdadeira e sincera consigo mesmo. Vamos lembrar que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.

Comilão do Insta
A pessoa VIVE para comida! Acho que essa poderia ser EU! Amo fotos de pratos gostosos, da #jacadadofinde (que geralmente começa desde 5ª feira há!), de um bom vinho e da galera reunida para um foundie em um dia de inverno carioca (20 graus, haha tem que rir da gente né?).
Mas tem umas pessoas descontroladas!
Entram em um restaurante, fazem check in e postam. Acho que isso é coisa de blogueira que quer depois um jabá naquele restô famoso. Não acham?
Aí você vai no feed da pessoa e parece um guia dos melhores restaurantes do RJ. Tipo, Veja Comes e Bebes sabe?
E claro, você fica se remoendo em cada foto quando aparece aquele raviolli trufado enquanto na sua geladeira só tem nuggets recheado de queijo. #shameonyou

Aloka da Academia
Ai, um tipo tão famosos nas redes sociais! Vamos falar entre nós, todo mundo já postou fotinho  com seu Nike- colour-ultra-mega-blaster-phoda para entrar na moda do #projetowhocares.
Tudo bem que essa fase passou. Assim como a fase das fotos dos lanchinhos lights. Porque to-do mundo sabe que uma pipoca de manteiga às 17h de uma sexta-feira no expediente é muito mais amor, né?
Só que passada essa fase maravilhosa, as alokas da academia continuam. Com aqueles maiôs colados e cor fúcsia que dói o olho. Imagina ao vivo, gente! Demorrer, né?
Fora as fotos nos aparelhos, fazendo agachamento ou levantando o muque sarado. Acho digno de quem trabalha com o segmento querer promover seu #personalwhocares, mas vocês realmente acham que eu quero saber quantas flexões você faz por dia ou qual a cor da sua polaina?
Prefiro uma foto de pijama. É sério. É mais sentimental e carinhoso.

O Fanfa da Náight 
Esses eu vejo pouco mas juro que existem. Acho que tenho poucos amigos desse tipo em meu feed, mas vou tentar explicar rapidinho...
São aquelas pessoas que AMAM uma night e não escondem que amam também esbanjar com um combo de vodka no meio da pista.
Aquela multidão lá embaixo e a galera no camarote, portando tops apertadérrimos e bonés com o nome da festa xyz #quemnunca?.
Esse é um tipo bem comum também que a-do-ra uma hashtag brincalhona e diferenciada, por isso ganha pontos comigos! #sódedanone #thezueraneverends #trasabebidaquepisca
Uma gracinha dessas até que faz bem. Eu rio por dentro. Juro!

O Cult Misterioso
Fotos de sombras. Véus. Flores em preto e branco. Silhuetas no mar.
Você nunca entende que raios a pessoa está postando! Se é uma fotografia, se está do lado errado, de cabeça pra baixo, se você é too dummie que não entende a carga emocional do que está sendo retratado.
Eu nunca sei.
Acho que prefiro o basicão: pessoas sorrindo, se abraçando e sendo felizes. Mas essa galera tem seu valor, acho que podem ser potenciais artistas que exploram o Instagram para mostrar seus trabalhos escondidos. Por dentro, queriam ser fotógrafos melancólicos.
As legendas são suspense também. Uma palavra solta: aMORaMAR.
E nada de hashtags, tá! É brega para eles. Preferem apenas um texto com efeito para gerar dúvidas e questionamentos sobre a situação atual do mundo.

Eu acho que poderia elencar mais alguns mas agora os amiguinhos me fugiram da cabeça...
Todo mundo é um pouco de cada um e cada um está dentro de um pedaço de nós, não acham?

O mundo virtual é um espetáculo para sermos o que quisermos. Mesmo que a gente demore 1 hora para tratar uma foto ou para achar o ângulo perfeito da quebrada da onda em um pôr do sol de Ipanema.
Esse último é tão clichê pra mim, mas é tão lindo que não me canso. Postem a vontade, por favor!



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