domingo, 8 de junho de 2014

To read: Maio e Junho

Esses últimos meses têm sido importantes no meu quesito "leitura".
Ando buscando novos títulos e assuntos diferenciados para ler, uma vez que eu andava tendo pesadelos e súbitos arrepios (andando sozinha pela casa no escuro) após ler títulos com cargas pesadas de assassinatos, sequestros e afins.


Mas simplesmente não dá.


Esses últimos livros que escolhi para passar o tempo depois um dia stressante no trabalho, acabaram me deixando mais stressada! Mas não reclamo! Que delícia é poder terminar mais um livro. Passar as folhas. Sentir o cheiro de livro novo. Guardar o marcador para a próximos história.

E lá fomos nós em mais dois livretos baseados no suspense, no noir, no lado obscuro dos seres humanos hohoho #achandoquehohohoérisadamaligna

- O Tribunal das Almas, Donato Carrisi 

Nunca tinha ouvido falar nesse autor. Encontrei os títulos dele em um blog que gosto (Sonhos de Crepom) e a capa do livro me chamou atenção.
Aquela velha premissa de não julgar um livro por sua capa não funciona comigo. A capa é uma das primeiras coisas que me chamam atenção em uma leitura. Ela precisa ser convidativa, algo como: "Me abra agora!". Se não rolar essa química na primeira olhada, não rola.
Acho que já deixei de ler histórias interessantes por causa disso. Mas bem, vamos em frente.
A história é baseada em um homem, chamado Marcos, que não tem lembrança de seu passado e nem de sua identidade. Mas ele tem um dom. Ele consegue analisar cenas de crime e encontrar as falhas deixadas para trás pelos policiais. Ele consegue desvendar o lado obscuro dos serial killers, consegue "entrar em sua mente" e descobrir pistas que uma pessoa comum não conseguiria.
Ao mesmo tempo que o autor narra a história de Marcos em mais um mistério, nos apresenta também o sumiço de uma adolescente. Um sumiço muito suspeito, já que ela foi levada de seu apartamento sem deixar vestígios.
Somando-se a esses dois fatores, alguém (uma outra pessoa misteriosa uhu), também está usando o arquivo criminal da Igreja para colocar em prova crimes não solucionados, gerando vingança e sede por justiça daqueles que tiveram conhecidos assassinados,

Resumindo:
É uma história cercada de bem x mal. Muito da história da Igreja e de seus Santos são colocadas em questão também. Eu não gostei muuuito disso. Pois tem muito a ver com a religião e a sua visão de certo e errado no mundo. A Igreja tem ideias bastante antigas sobre a sociedade dos homens, todo mundo sabe disso. E nesse livro isso é botado em questão mais uma vez.
Tirando essa parte cristã do livro, a história é contada em flash backs e te envolve do início ao fim. Muitos outros personagens surgem na história como o fotógrafo jornalista David e sua esposa, uma delegada que começa a desconfiar da morte acidental do marido.
No final das contas, é mais uma história de como as pessoas, diante de uma situação extrema, se comportam. Nos coloca em cheque e nos pergunta: até onde a vingança consegue apagar as dores dentro do nosso coração?
E claro, trava aquele velho dilema presente em tantos livros: todo mundo tem um quê de bem e mal dentro de si. 

Todo cuidado é pouco com todo tipo de gente, né?

- Suicidas, Raphael Montes

Esse é novinho em folha, terminei de ler hoje durante o almoço na casa da vovó.
Isso porque começei o livro na 5a feira a noite. Sim, essa 5a feira mesmo. Ou seja, demorei 3 dias para terminá-lo. Isso porque (parte 2), ontem tive que ficar economizando o livro porque não queria que terminasse. Isso também tem um pouco a ver porque não queria gastar mais R$50,00 em um livro novo, mas isso é uma outra história sobre os surrealismos do Rio de Janeiro...

Suicidas é o primeiro livro de Raphael Montes, autor brasileiro de apenas 23 anos. Pode isso, gente? Achei sensacional ler um livro de uma pessoa quase da minha idade e do meu país. É raro isso acontecer comigo. Sempre acabo preferindo histórias estrangeiras, infelizmente.
O livro conta a história de 9 amigos da elite carioca que resolvem cometer suicídio em conjunto em uma brincadeira de roleta-russa. A história, também envolvida em flash backs (acho que é uma tática comum dos escritores de suspense, para confundir o leitor... não acham?) nos leva a conhecer todos os personagens e seus supostos motivos para cometer suicídio. Após um ano da morte de todos, as mães dos garotos são chamados para uma reunião e alguns detalhes do que de fato pode ter levado nove meninos saudáveis e aparentemente felizes, a se entregar a morte de uma maneira tão cruel são voltados a cena. 

Um outro autor entra na minha lista de "preferidos". Raphael tem uma linguagem muito atual, sem rodopios, sem detalhes exagerados e que nos prende a atenção o tempo to-do. Em cada final de capítulo, uma vontade louca de ir logo para o próximo para saber o que acontece. Algo tipo Revenge e Homeland. Uma tensão do início ao fim!
Gostei bastante do livro porque além do suspense investigativo - por que os garotos cometeram suicídio? quem foi o responsável pela ideia inicial do acontecido? como eles conseguiram o revolver e as balas? e etc, etc, etc - , ele mostra, novamente, a dupla face das pessoas. Novamente o bem x mal é posto em evidencia e nos faz desconfiar dos nossos amigos mais íntimos. Aquela velha pergunta: até que ponto conhecemos tão bem nossos entes queridos?
Todos estão dispostos a tudo para se dar bem?
O quanto as máscaras caem quando o fim está próximo?
Todos os mistérios e perguntas do livro só são respondidos na última página do livro, literalmente. E eu achei o final surpreendente! Por mais que rolem algumas desconfianças no começo do livro, você acaba esquecendo suas suspeitas e vai tendo afeição por alguns personagens, entendendo seus caminhos. Mas depois que a verdade final é revelada, você pensa: putaquepariu! Como as pessoas são capazes de tanto por tão pouco?

Sinistro.

Enfim. Dois ótimos livros, maravilhosos. Que eu julguei pela capa sim. Menos o Suicidas, que ao primeiro ver me parecia um rolo de filme hahaha. Só depois que fui entender seu desenho na real. #mejulguem 


O próximo título vai ser para descontrair: Divergente.
Para acalmar e servir como passatempo. Porque me cansa as vezes ser detetive, viu.



Vê se não parece um rolo de filme, gente... 


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