quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Do amor

Nos encontramos despretensiomente em uma mesa de bar. É claro que ele não vai lembrar disso. E ainda vai dizer que anos antes, eu que dei em cima dele em algumas férias do verão escolar carioca.

Pois é, o tempo passa. A primeira vez que nos esbarramos, conta ele, deveríamos ter 16 anos. Hoje estamos mais perto dos 30. Graças a Deus que foi assim.

Tem gente que a gente torce pra encontrar e tem gente que a gente simplesmente encontra. Esses encontros são coisas de gente. De alma, de conexão, de outros destinos. Eles transpassam o tempo e não dão importância quantos anos antes vocês estiveram separados. Acontece quando tem que acontecer.
E foi da assim.

Da mesa de bar para a festa. E mais festas. E até um pagode lixo que tinha perto da minha casa. Mentira, não era lixo não. Mas pra ele era porque ele nunca foi fã de pagode. Hoje em é. Ele diz que não mas eu sei que ele tem uma playlista da Turma do Pagode no celular. Coisa minha isso, me sinto até orgulhosa.

Da festa para o cinema, para a piscina do prédio dele, para a praia, para as viagens. Para mais festas. E olha que hoje em dia, 4 anos depois, ele torce para o dia que vou chegar e falar que estou cansada de sair pra dançar. Porque ele não gosta ou então finge que não, nunca entendi.

Naquela euforia de carnaval carioca, onde as pessoas vestem fantasias e imaginam ser o que não são, nos encontramos por fim. Naquela 3ª feira de Carnaval ou 4ª feira de cinzas, não me lembro, selamos o amor. Porque comigo é 8 ou é 80. Nunca tive a característica de ser uma pessoa em cima do muro. De “tanto faz” ou “tanto fez”. Tenho dramas fortes e amores também. Ainda bem que ele topou ser esse último.

Agora já se passaram quase 4 anos. Desse carnaval. Dessa minha nova descoberta que amores perfeitos são completamente imperfeitos. Que o príncipe não existe. Ou então, na forma dele, veio apenas ele. Com toda sua bagagem e suas imperfeições que o fazem ser perfeitos, como naquela mesa de bar há tempos atrás.

Parecia que eu sabia. Que todos os amores de antes me levariam e ele. Que todos os erros e as tristezas, seriam apenas uma ponte a ti.
E que bom que escolhemos o caminho mais sinuoso. Assim aprendemos que ninguém caminha nessa vida sozinho.

Obrigada por me dar a mão sempre. Mesmo que seja para entrar no mar quando a água está fria ou para me equilibrar em cima da bicicleta que me dá tanto medo. Ah, se todos os medos fossem esses, né?

Esse é o maior presente que você poderia me dar.

<3 

Um comentário:

  1. Bibi,
    que linda a sua forma de ver o amor! É libertador quando entendemos que as imperfeições são o que torna tudo tão perfeito!

    beijos!

    ResponderExcluir