quinta-feira, 25 de junho de 2015

Ei de ser somente eu

Então a gente se pega olhando no espelho, experimentando roupas antigas que você jurava que não cabiam mais, resgatando velhos números e amores em uma agenda telefônica.

Você pinta o cabelo, faz as unhas, compra um salto novo. Entra na fila de novo, sabe? Essa fila de corações meio partidos ou partidos por completo ou simplesmente uma fila de corações vazios a espera.

A espera de te laçarem por aí como uma pessoa carente que precisa ser pega a qualquer momento. Que precisa de mensagens, ser correspondida. Que precisa fazer joguinho, que precisa dar uma de durona porque "é isso que as pessoas fazem". Esses tipos de pessoas que você já se esqueceu como são.
Mas que você também é agora.

Você se tornou uma daquelas pessoas que aprenderam a gostar da sua própria companhia. De escolher uma nova série favorita porque aquela antiga, o velho amor levou junto com o tempo. Daí recomeça tudo: assiste os primeiros episódios, se apega ao personagem principal e começa a viver e a respirar tudo sobre ele.
E ficar em casa sexta a noite sozinha nem é tão ruim assim.

Então penso que demoramos para entender que ninguém deve ser preenchido por ninguém. Que se amar vem muito acima de qualquer outro amor. As vezes é necessário ser egoísta sim e como dói: a gente não entende como o outro tem aquela vontade tão dele, que nem sempre é a mesma que a nossa e a gente sofre.
Sofre e também aprende que quando somos egoístas nos protegemos.

Eu ainda não sei do que me protejo hoje em dia mas serei um pouco egoísta daqui pra frente. De repente seja de discar o número errado e esperar que caia em você, ainda.

Dê licenca, tempo. Hoje vou ser egoísta e preguiçosa, guardar esse monte de maquiagem e mensagens mal escritas para sei lá quem. Vou ficar eu e mais ninguém, debaixo de um edredon, esperando passar essa dor que parece incurável.

Só assim se transborda. Mas se completar não. Ei de ser sozinha daqui por diante, mesmo junto de ti.


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